Relatório apresentado por Textor cita atitudes “anormais” de jogadores do São Paulo

Foto: Vitor Silva / Botafogo

John Textor, dono da SAF do Botafogo, alegou recentemente ter provas que o Palmeiras vem sendo beneficiado nos últimos dois anos e citou a goleada sofrida pelo São Paulo por 5×0 no dia 25 de outubro de 2023, no Allianz Parque, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro, como um dos jogos que sofreram manipulação.

Para tentar obter provas, o empresário norte-americano contratou a empresa Good Game que apresentou um relatório com supostos comportamentos anormais de alguns jogadores do Tricolor na partida. As informações contidas neste documento foram divulgados pela UOL.

Confira em detalhes:

Situações “anormais”:
Palmeiras 1 x 0 São Paulo
Não interceptou – (15) Michel Araújo
Não pressionou – (20) Gabriel Neves
Não marcou – (35) Beraldo
Não interceptou – (38) Caio Paulista
Não interceptou – (35) Beraldo
Atitude deficiente – (4) Diego Costa

Palmeiras 2 x 0 São Paulo
Atitude deficiente – (20) Gabriel Neves
Não marcou – (13) Rafinha
Corrida baixa – (13) Rafinha
Posição deficiente – (23) Rafael

“Potencialmente anormal”
Palmeiras 4 x 0 São Paulo
Não interceptou – (4) Diego Costa
Não interceptou – (35) Beraldo
Baixo tempo de reação – (35) Beraldo
Gol de pênalti
Atitude deficiente – (23) Rafael

Em relação à manipulação do placar: Partida considerada anormal / São Paulo com anormalidades / Árbitro: normal

Quando as acusações foram feitas no começo de abril, o São Paulo se pronunciou por intermédio de um depoimento do presidente Julio Casares. Assista:

Foi instaurado pelo Senado Brasileiro a Comissão Parlamentar de Inquérito com o propósito de realizar investigações referentes as denúncias de fraude no futebol brasileiro. Em depoimento, o mandatário Tricolor disse:

“Eu sou sempre a favor da ciência, mas acho que temos que ter preocupação dentro da inteligência artificial, que são dados superficiais, sobre a reputação de um jogador. Esse relatório pode ajudar um gestor, pode ser útil, mas tenho a preocupação de subjugar, prejulgar, através de um número subjetivo de avaliação de tantos passes errados, a postura de um atleta. Nós temos que tomar cuidado. Gostaria que esse relatório fosse aprofundado”.

Ainda afirmou: “Eu não sei se esse mesmo estudo dessa plataforma foi feito quando ele tomou uma virada histórica do Palmeiras. É muito irresponsável sem ter o prejuízo de apurar, fazer um juízo de valor. Aquele jogador que teve 80% de passes errados, isso não significa que ele está envolvido. Tem que apurar, mas a responsabilidade deve ser medida pelo que ele fala. Eu não faria um juízo de valor colocando um delito grave em cima de um profissional”.

O presidente da CPI, o senador Jorge Kajuru, questionou o mandatário Tricolor sobre as falas de John Textor em relação a uma possível manipulação no Choque-Rei e Casares ressaltou que acredita nos atletas e que não se pode acusar ninguém sem poder provar.

“Nós vínhamos de uma conquista histórica, o São Paulo nunca tinha ganhado uma Copa do Brasil. No futebol, depois de uma grande conquista, há um relaxamento, com 15 minutos tomamos um gol, jogador expulso. Vi depois um brigando com o outro no vestiário. Quando veio a declaração do Textor, nós pedimos apenas que ele provasse. Se tiver prova e algum culpado, vamos punir, mas presumindo a inocência dos atletas, eu acredito neles. Ninguém pode acusar alguém de um problema que não pode ser provado”.

Good Game afirmou que os jogadores do Tricolor teriam feito ‘corpo-mole’ na partida contra o Palmeiras.

Em resposta a isso, Julio Casares classificou esta afirmação como uma irresponsabilidade e foi enfático ao dizer que não admitirá alegações como esta direcionadas a jogadores do São Paulo.

“Nós do futebol sabemos que não existe. É uma subjetividade, como falar sobre o Ronaldo em 98 contra a França, esse é um folclore do futebol. Quando a gente fala de justiça. Eu não era nascido, mas em 50 foi a maior comoção por causa do gol que o Barbosa levou. Ele foi condenado, acabaram com a vida dele. Falar de corpo-mole? É uma irresponsabilidade afirmar isso. Desculpe, John Textor, você pode falar com os seus funcionários. Com os jogadores do São Paulo, eu não admito.”

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