Veja como foi o depoimento do presidente do São Paulo na CPI sobre manipulação no futebol

Foto: Reprodução / TV Senado

Foi instaurado pelo Senado Brasileiro a Comissão Parlamentar de Inquérito com o propósito de realizar investigações referentes as denúncias de fraude no futebol brasileiro.

Nesta quarta-feira (22), o presidente do São Paulo, Julio Casares esteve presente em uma sessão para prestar depoimentos referentes a algumas falas de John Textor, CEO da SAF do Botafogo, principalmente em relação a alegação do empresário norte-americano sobre a participação de jogadores do Tricolor no esquema.

Entenda o caso

Textor afirmou ter provas que o Palmeiras vem sendo beneficiado nos últimos anos, também também disse em seu site oficial que cinco jogadores do Tricolor teriam manipulado a goleada por 5×0 para a equipe Alviverde no Brasileirão do ano passado.

Para chegar a estas conclusões, o empresário afirmou que foi utilizada uma ferramenta de inteligência artificial, que teria identificado comportamentos anormais dos jogadores.

Sobre isso, Casares afirmou:

“Eu sou sempre a favor da ciência, mas acho que temos que ter preocupação dentro da inteligência artificial, que são dados superficiais, sobre a reputação de um jogador. Esse relatório pode ajudar um gestor, pode ser útil, mas tenho a preocupação de subjugar, prejulgar, através de um número subjetivo de avaliação de tantos passes errados, a postura de um atleta. Nós temos que tomar cuidado. Gostaria que esse relatório fosse aprofundado”.

Ainda afirmou: “Eu não sei se esse mesmo estudo dessa plataforma foi feito quando ele tomou uma virada histórica do Palmeiras. É muito irresponsável sem ter o prejuízo de apurar, fazer um juízo de valor. Aquele jogador que teve 80% de passes errados, isso não significa que ele está envolvido. Tem que apurar, mas a responsabilidade deve ser medida pelo que ele fala. Eu não faria um juízo de valor colocando um delito grave em cima de um profissional”.

O presidente da CPI, o senador Jorge Kajuru, questionou o mandatário Tricolor sobre as falas de John Textor em relação a uma possível manipulação no Choque-Rei e Casares ressaltou que acredita nos atletas e que não se pode acusar ninguém sem poder provar.

“Nós vínhamos de uma conquista histórica, o São Paulo nunca tinha ganhado uma Copa do Brasil. No futebol, depois de uma grande conquista, há um relaxamento, com 15 minutos tomamos um gol, jogador expulso. Vi depois um brigando com o outro no vestiário. Quando veio a declaração do Textor, nós pedimos apenas que ele provasse. Se tiver prova e algum culpado, vamos punir, mas presumindo a inocência dos atletas, eu acredito neles. Ninguém pode acusar alguém de um problema que não pode ser provado”.

A Good Games, empresa contratada por Textor, afirmou que os jogadores do Tricolor teriam feito ‘corpo-mole’ na partida contra o Palmeiras que aconteceu no dia 25 de outubro no Allianz Parque.

Em resposta a isso, Julio Casares classificou esta afirmação como uma irresponsabilidade e foi enfático ao dizer que não admitirá alegações como esta direcionadas a jogadores do São Paulo.

“Nós do futebol sabemos que não existe. É uma subjetividade, como falar sobre o Ronaldo em 98 contra a França, esse é um folclore do futebol. Quando a gente fala de justiça. Eu não era nascido, mas em 50 foi a maior comoção por causa do gol que o Barbosa levou. Ele foi condenado, acabaram com a vida dele. Falar de corpo-mole? É uma irresponsabilidade afirmar isso. Desculpe, John Textor, você pode falar com os seus funcionários. Com os jogadores do São Paulo, eu não admito.”

Assista ao depoimento completo:

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Fonte: Globo Esporte

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